O Manto da ilusão

Consumismo-Parte I

A economia de mercado, centrada no lucro e não nos direitos da população, nos submete ao consumo de símbolos. O valor simbólico da mercadoria figura acima de sua utilidade (o valor que cada um possui aos olhos do outro é o valor de seus respectivos bens). “Portanto, em si o homem não tem valor.” O capitalismo de tal modo nos desumaniza, já não somos apenas consumidores, somos também consumidos. As mercadorias que me revestem e os bens simbólicos que me cercam é que determinam meu valor social. Desprovido deles, perco o valor sou condenado ao mundo da exclusão.

Somos consumidos pelas mercadorias na medida em que essa cultura nos faz acreditar que delas emana uma energia que nos cobre como um bendito manto, o de que pertencemos ao mundo dos eleitos, dos ricos, do poder. Pois a avassaladora indústria do consumismo imprime isso como um privilégio, o sentimento de exclusão causa frustração, depressão e infelicidade. Não importa que a pessoa seja imbecil. Revestida de objetos
cobiçados ela se torna o ser perfeito.

A sociedade de consumo em que vivemos está deteriorando a vida neste planeta. As empresas querem produzir cada vez mais, e, com isso, muitas vezes, reduzem de forma irreversível a disponibilidade de recursos naturais não-renováveis (petróleo, gás natural e carvão mineral), como também poluem de forma desastrosa. A produção de lixo, que nem sempre é reciclável ou reutilizável, é cada vez maior.